Bento XVI live in Avenida dos Aliados

Sem palavras. Foi uma prestação fenomenal. O público esteve espectacular e mostrou conhecer o trabalho deste projecto iniciado por São Pedro no longínquo século I. Se havia dúvidas quanto à escolha da substituição do anterior frontman João Paulo II pelo, arrisco a dizer, tufão germânico todas elas foram dissipadas.
Durante a cerca de uma hora e meia de actuação Bento agarrou a plateia, que efusivamente ecoou as letras em uníssono. Ainda que noutros países por onde passou a tournée se tenha assistido a apresentações mais frias, na Invicta, B-XVI, como também é conhecido, desde o início do espectáculo que se mostrou bastante comunicativo, não se tendo limitado ao habitual “obrigado” em português, mas a todo um diálogo com o público na língua de Camões, que por razões óbvias não pode estar presente.
Digno de nota é o trabalho da organização que cumpriu escrupulosamente os horários marcados. Sublinhe-se também o facto de ter sido construído um palco de raiz para o evento que recebeu 150 mil pessoas, todas elas com entrada gratuita.
O colectivo oriundo do Vaticano mostrou que ainda está em forma e que está para durar. Resta aplaudir a iniciativa e esperar que mais do género se repitam, já que está mais que provado que há público para isso.
Nota negativa para o papamóvel, que para alguém que chega de helicóptero e para quem se cortam estradas merecia pelo menos um aileron ou umas jantes especiais para condizer com a atitude rock star.
Só um pequeno pormenor. Para uma altura de crise é capaz de se ter passeado ouro a mais. Já para não falar nos vestidos caros usados, estranhamente, por figuras do sexo masculino.
Mais tarde talvez haja fotos do Jorge Silva.