Rapidinhas…
Boris – Japanese Heavy Rock Hits Vol. 1 [Southern Lord 2009]
Depois da banhada que foi o split com 9dw, é bom ter os Boris de volta ao que melhor sabem fazer. É verdade que um dos motivos que me faz gostar tanto deles é essa capacidade de mutação e de experimentação de registo para registo, mas esse split foi um tiro ao lado. Já no primeiro volume desta série de três em sete polegadas encontramos uns Boris cada vez mais ecléticos, aventureiros e confiantes na sua música. Gostem ou não, eles não estão preocupados. Depois do sushi, são para mim a melhor exportação japonesa.
Drunkdriver & Mattin – A List of Profound Insecurities split 12′ [Badmaster 2009]
Não faço a mínima quem é o Drunkdriver, saquei o split por causa do basco Mattin e o tema está em loop há duas semanas. Graças à Esquilo já tive a oportunidade de o apanhar ao vivo duas vezes em dois projectos diferentes e em ambas saí com cicatrizes para o resto da vida. Não gosto de tudo o que edita, principalmente quando mete laptop, mas é impossível ficarmos indiferentes ao seu talento e visão em tudo que se envolve. Este tema é brutal!! Enablers – Now You Can Answer My Prayers 10′ [Lancashire And Somerset 2009]
O Soulseek continua a ser o software onde os melómanos partilham a sua música. Por mais raro que seja, sabemos que mais tarde ou mais cedo aquele disco que está na wishlist vai aparecer. Este novo lançamento dos americanos Enablers é um desses casos e que bem que está a saber. Não há novidades neste dez polegadas, é som à lá Enablers que basicamente serve para nos relembrarem que continuam a fazer boa música e entreter-nos até ao próximo LP. Banda especial esta…
Jesu – Opiate Sun EP [Caldo Verde 2009]
O JKB habitou-nos mal. Tirando o Infinity que ainda estou a digerir, já não editava nada há um ano e para os Jesu (ou para nós) é muito tempo. A verdade é que Justin tinha este lançamento em mente há mais de dezoito meses. Inicialmente estava previsto uma edição em que consistia nos Jesu de estúdio (Ted Parsons e Diarmuid Dalton) vs. os Jesu de palco (Dave Cochrane e Phil Petrocelli) e acabou por, tal como em Infinity, compor e tocar todos os instrumentos. Esta banda sempre foi, é e será o seu reflexo, mas as razões para tal só ele poderá explicar. De qualquer maneira, é um EP muito bem-vindo composto por quatro temas mais crus do que o habitual sem nunca perder a sua face shoegaze. Nunca exagera nem complica, mas desta vez as canções estão mais simples e melódicas com peso q.b. e deixa a “experimentação electrónica” de “We Are Not Perfect” para trás. Uma coisa que Justin nunca se irá livrar é das comparações com o seu passado, nomeadamente Godflesh, mas aquilo que me parece é que mesmo envolvido em outros projectos como Final ou Greymachine ele encontra nos Jesu a maturidade artística que sempre procurou…ou não.
Ps: Caldo Verde Records é a editora de Mark Kozelek que não pensou duas vezes depois de comer essa deliciosa sopa numa noite lisboeta.Jodis – Secret House [Hydra Head 2009]
Já falei deste disco no tasco, sublinho agora as palavras da Quartin:
“A perfeição com que todos os elementos são introduzidos ao longo das sete faixas é arrepiante. Chama-se Secret House mas bem podia ser Desert House, já que é para o que o álbum me transporta; por vezes até consigo ouvir o eco, sentir o pó a passear-se no ar. Ou talvez Secret House seja o nome correcto, por o disco me fazer encontrar essa tal casa…”
Resto aqui: Erode Oxbow – Fuckfest [Hydra Head 2009]
Esta Reedição do primeiro disco dos Oxbow datado de oitenta e nove não é nada mais que uma celebração aos vinte anos de carreira desta banda de São Francisco. Falta-lhe uma vinda a Portugal… Até isso acontecer é esperar um novo álbum já no início de 2010 embora uma coisa seja certa: bater Narcotic Story é quase impossível, é o auge desta inspiradora viagem “avant-garde” que começou ao mesmo tempo que uns Nirvana, por exemplo. A banda é composta por músicos fantásticos, sem dúvida, mas a genuinidade de Eugene Robinson e a sua maneira de exprimir os seus textos ricos numa mescla de padre meets bebé de dois anos é incrível. Tenho para mim que são uma das bandas mais subvalorizadas de sempre, mas estão aí para mais vinte. Abençoados sejam!